quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Às vítimas de todas as catástrofes

Há que olhar em frente, curar o
Corpo e a mente principalmente...
Não esquecendo a horrível provação
A tremenda brutal submissão
A morte e o soturno por agora imperam

Olhar em frente, por cima dos cadáveres
Dos chocantes humanos cárceres,
Com força das orações e dádivas
Dos nossos corações tristemente maleáveis
De todos, dos tais...

Olhar em frente, com a corajosa esperança
No espírito
Com alegria saudosa no real mito, através
Talvez da tradicional dança
Assim o ser avança

Há que olhar em frente
Por cima dos escombros, da total destruição
Dos tombos, da fatal desumanização
Das inúmeras vítimas, nunca esquecidas,
Do local armagedão

Embora com tristeza e dor
Sem certeza, com temor...
Há que olhar em frente
Há que olhar em frente

Às vítimas do sismo no Haiti a 12/01/2010, e de todas as catástrofes naturais ou humanas que ocorreram no passado, ocorrem no presente e ocorrerão no futuro

Dieu etáit avec vous, mes fréres

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Confúcio

Comprei hoje o livro Os Ensinamentos de Confúcio, de Yu Dan. Transcrevo um curto interessante excerto desta obra sobre o grandioso filósofo chinês milenar: "Confúcio afirmou: «Estou a pensar abandonar o discurso.» Zigong respondeu apressadamente: «Se não falásseis o que poderíamos nós, teus discípulos, transmitir?» Confúcio disse calmamente e com sentido prático: «O que nos diz o céu? E no entanto, as quatro estações sucedem-se umas às outras e centenas de coisas ganham existência. O que tem o céu para nos dizer?»". Há que pensar nisto, não?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O meu 2pac

Exponho agora um texto que escrevi sobre o meu grande ídolo 2pac, exímio rapper, poeta, activista, falecido a 14 de Setembro de 1996, sete dias depois de ter sido baleado em Las Vegas. Foi e continua a ser o meu inspirador e por causa dele decidi dar largas à escrita poética e não só. Uma grande influência, sem dúvida. Tupac Shakur por Milton Rocha


É difícil encontrar algo que rivalize com a beleza de ver uma vida tão produtiva, e ao mesmo tempo tão precoce a atingir tamanho sucesso... é tão belo ver uma pessoa na flor da sua juventude tornar-se numa referência a nível mundial entregando-se ao trabalho de forma incrível, mostrando um magnífico potencial, ao mesmo tempo é muito triste saber que essa vida foi efémera e terminou de forma chocante levando consigo todo aquele potencial; estou, pois a referir-me ao falecido rapper Tupac Amaru Shakur.
Torna-se bastante complicado escolher as palavras e as frases “correctas” para prestar tributo a uma verdadeira lenda, sim, pois Lesane Parish Crooks (nome de nascença), também conhecido pelo nome de palco 2pac após a sua trágica morte, e ao longo dos anos á medida que se vão descobrindo mais materiais (músicas, videoclips fotos etc.) que nos dão a noção do ser espantoso que era ‘pac, tem vindo a assumir e com mérito esse estatuto, porque não são todos os intérpretes de um estilo musical visto por vastos sectores da sociedade global de forma bastante preconceituosa e estereotipada que têm o privilégio serem apontados por muitos como indivíduo que mudou o mundo. Observando e analisando de forma atenta os itens, dá-se conta do espírito intrépido e grandioso que transformou a nossa maneira de pensar e de ver o planeta, pois durante todas as suas provações: problemas com a justiça, prisões, tiroteios, discográficas de índole duvidosa, Tupac demonstrou ser um líder cuja moral teve altos e baixos, mas foi sempre corajoso, enfrentando todas aquelas e vastas outras adversidades.
2pac incutiu na sua vivência múltiplas influências sendo a mais marcante, a do Renascentista Nicolau de Maquiavel, influência essa muito “visível” até mesmo porque a sua alcunha era Makaveli, e no seu rap era notório o espectro filosófico deste controverso historiador e filósofo italiano do sec. XV.
Como já disse, não é fácil encontrar expressões capazes de descrever um ser humano inacreditável, capazes de representar um jovem prodígio que em apenas 25 anos de vida conseguiu atingir aquilo que outras pessoas demorariam uma vida inteira para atingir; um tipo que durante dias e noites seguidas, construiu um legado único para si
e para todos nós, um rapaz que enquanto outras pessoas apenas se dedicavam a futilidades, mantinha os olhos postos numa forma de mudar tudo o que conhecemos da maneira que ele mais sabia. Tupac, tal como a sua grande referência, Maquiavel era polémico, amado por uns, odiado por outros; assumia ter duas facetas dentro de si, a pacífica, e a guerreira; após a sua morte muitos diziam que ele a mereceu e que assim a
chamada black on black violence (violência de negros contra negros), iria diminuir, o que não aconteceu, ’pac era visto como um grande mal, como o responsável por tudo o que acontecia de mau, perante isto, o próprio deu a resposta acertada: «não fui eu que fiz este mundo, foi-me dado», por ser tão irreverente ganhou inimigos motivados, digo eu, pela inveja. Em vida tupac era considerado um alvo a abater- Sejamos sérios, ele não era nenhum santo, estava envolvido em factos pouco lícitos, mas era detentor de uma paixão pela vida, pelo positivo, de uma alma lutadora, de uma grande força, tanto exterior como interior, um “gajo” extraordinário que via constantemente demónios e que em vez de se esconder, combateu-os a todos. É por isso que considero tupac uma das maiores personalidades do século XX, muito mais do que um simples artista musical, um excelente hip hopper, um brilhante actor, um exímio poeta, um filósofo das ruas, um revolucionário de grande carácter e essencialmente um pensador da classe injustiçada, que recorreu á sua capacidade de reconhecimento de injustiças e á sua fascinante oratória para apontar tudo o que achava estar errado; os seus poemas, os seus filmes, os seus discursos, as suas intervenções públicas e, sobretudo e principalmente a sua música, focaram os aspectos da pobreza, do tráfico de drogas e da toxicodependência, do homicídio, do racismo, da desigualdade social, económica e racial, da prostituição, da gravidez adolescente e das consequências negativas que esta acarreta, da brutalidade policial, do adultério, da fé num futuro melhor para todos, das dificuldades em geral que os indivíduos encontram ao tentar atingir um determinado objectivo por causa da sua origem étnica e/ou cultural, da falta de preocupação da classe política para com os mais desfavorecidos, do desinteresse em relação ao progresso dos mais fracos por parte dos mais fortes, das guerras internacionais e em especial da violência nos guetos norte-americanos, e de tudo o que está ligado a ela: as suas causas, as suas origens, os meios que esta utiliza, as vidas que esta diariamente leva; violência que destrói tudo aquilo que conhecemos e admiramos e que acabou por ceifar a vida de um ser humano maravilhoso, ´pac, mas ao pôr os olhos na violência, verifica-se que 2pac não está apenas a apontá-la, pois ao dar a conhecer as suas bases, está automaticamente a dar “pistas” sobre como cada um de nós pode combatê-la e por fim vencê-la, sim, porque cabe-nos a nós por fim a essa fatalidade chamada violência usando aquilo que Makaveli nos ensinou.
Por estas e por várias outras razões, tupac é e sempre será um marco na história mundial, uma pessoa que viveu mais de 70 anos em apenas 25, acho portanto que vai ainda levar muito tempo até compreendermos por completo aquela pessoa magnífica; será moroso entender como é que um jovem com um inicio de vida tão conturbado e que desde cedo enfrentou tantas adversidades, se transformou num ícone global que tocou milhões e milhões de vidas, entender a “bofetada de luva branca” que foi o facto de um jovem negro que veio da “mó de baixo”, conseguir triunfar neste meio social preconceituoso e pejado de inveja e injustiça. Devo dizer que a 14 de Setembro de 1996, o mundo perdeu não só o melhor rapper de sempre, mas também um homem impressionante dotado de uma alma, de um espírito, e de uma energia positiva inigualáveis, um intelectual acessível a pessoas normais, um verdadeiro mito.
Podemos aprender imenso com a sua vida, com a sua morte e com o seu legado, aprendizagem essa que deve ser feita de forma individual recorrendo ao nosso interior mais profundo, pois pac olhou para o nosso coração e para o que está dentro de nós, sem distinção de raças, cores, credos religiosos ou estratos sociais, apelando ao nosso sentido de humanidade, temos pois que ver o que é que ele significou para nós de forma pessoal.
Dez anos passados sobre a sua morte não parecem ter arrefecido a influência exercida por tupac, pois tem tido mais sucesso desde que morreu do que em vida , e, ele continua a ser falado e a modelar a nossa consciência em vários pontos, muito por causa da sua mãe Afeni Shakur que está a efectuar um trabalho maravilhoso na continuação da obra do seu idolatrado filho, tão idolatrado, que existem vários fãs que acreditam que ele esteja vivo; mas estando ele vivo ou morto e havendo ainda muitas dúvidas sobre as circunstâncias que rodearam a sua morte (ou não), eu como fã faço votos para que ele esteja num lugar melhor onde se possa sentir livre e em paz, só isso.
Iniciando a conclusão a esta minha homenagem, não posso deixar de dizer porque a fiz: sou um fã incondicional, espero que daqui a 20, 30 anos existam fãs incondicionais dele, e que as gerações vindouras se recordem de tupac; de cada vez que o ouço parece que algo em mim se transforma; O meu som favorito do tupac é o Until the end of time, acho esta música espectacular, em português significa Até ao fim do tempo: Até ao fim de todos os tempos, tupac permanecerá único e eterno, constando no livro dos recordes do guiness como o artista hip hop mais bem sucedido de todos os tempos com cerca de 75 milhões de discos vendidos a nível mundial, e senti que era meu dever dar a conhecer um pouco melhor uma pessoa inacreditável e desmistificar conceitos errados. Face a este mundo, ele pura e simplesmente lutou com as armas que tinha.
Talvez eu pudesse escrever muitíssimo mais, mas não existem palavras suficientes para descrever e prestar tributo a este mítico personagem, restando apenas os sentimentos de todos os fãs para homenagear um herói.

Por nos mostrares que qualquer pessoa, independentemente da sua origem e estatuto social pode vencer na vida;

Por nos teres deixado um legado fascinante;

Por nos teres ensinado a ter esperança num amanhã melhor;

Por teres feito tanto em tão pouco tempo;

Por teres revolucionado o rap e a mentalidade do planeta em que vivemos...

Muito obrigado Tupac Amaru Shakur, o melhor M.C. que alguma vez existiu, espero que no lugar onde estejas agora possas ouvir e apreciar esta homenagem, estarás sempre presente no meu coração e no de todos que te adoram, porque as lendas vivem para sempre... Encontrar-nos-emos um dia... até lá descansa em paz.

TUPAC SHAKUR 1971-1996 R.I.P THUG ANGEL NÃO Á VIOLÊNCIA

“Se um homem não descobriu algo por qual irá morrer, ele não serve para viver”
Martin Luther King.

“Look around and all i see is snakes and faces, like scavengers waitin´to take a hustler´s pape´s, and when you stuck where the fuck is all your friends? They straight busted and can´t be trusted” 2pac.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Feliz 2010!!

Bom ano novo a todos! Que 2010 seja um ano criativo cheio de frutos criativos para vocês (e para o blogue em particular :D). Felicidades