segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sociedade decadente

Que sociedade é esta; falsa, idólatra, que martiriza
Mentirosa, tão baça que mentalmente paralisa
Sociedade vil hipócrita que culpados bajula
E inocentes pisa...
... Sim é verdade, tudo isto é e faz
A sociedade. Sociedade que mente, ostraciza
Sociedade mexeriqueira que tanto alcovita
Sociedade que diz sermos livres e que ninguém
A ninguém pertence agora
Meio social snob que a todos subtilmente controla
Sociedade cuja bafienta decadência nos embriaga
Tão depressa constrói como destrói nas horas vagas
Esta é a sociedade contemporânea das massas


Mote para o livro que comecei hoje a escrever "A decadência na sociedade contemporânea", uma crítica a vários níveis ao mundo social geral em que hoje vivemos

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Porque estou a morrer para viver, quando estou apenas a viver para depois morrer?- A propósito do tupac

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Citações interessantes

É díficil acreditar que um homem está a dizer a verdade, quando nós, na sua situação, temos consciência de que mentiríamos - citação presente no jornal gratuito metro, a propósito do que fazer e não fazer em entrevistas de emprego e não só; Teremos paz, nem que tenhamos de lutar por ela - Dwight Eisenhower, antigo presidente dos EUA

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Regressado de Cabo Verde

Regressado de Cabo verde, com o orgulho e alegria que qualquer filho da terra sente... Cabo Verde sempre.. na mente

quarta-feira, 3 de março de 2010

Crescer...

O que será crescer? O que será? Ouvir por vezes o que não gostamos sem reacções intempestivas, constituirá um passo para tal? Ter consciência do quão vulnerável somos, agora após termos assistido às catástrofes no haiti, na madeira e no chile? Assumir responsabilidades que não queremos e não podemos? O que será crescer?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Relatório de Conferência(s)

Um relatório por mim realizado na cadeira de Literaturas Africanas sobre Cabo Verde


Nome- Milton Alberto Sousa Rocha
Ano- 4º
Nº- 16373
Disciplina- Literaturas Africanas
Curso- LLM Est. Port. e Lus.


Relatório da(s) conferência(s) sobre Cabo Verde presidida pelo professor Alberto Carvalho no(s) dia(s) 11/03/08 e 13/03/08, ambas às 12h00.


É inicialmente afirmado pelo professor que o arquipélago de Cabo Verde era desabitado aquando da sua descoberta, sendo posteriormente colonizado por alentejanos, algarvios, provençais, europeus em geral e escravos que para lá eram levados para comércio ou não, tendo sido através dos colonizadores que a escrita chegou ao território cabo-verdiano.
Tempo depois, tem início uma miscigenação racial, com o relacionamento entre colonos brancos e escravas negras, formando-se em Cabo Verde uma sociedade mestiça não só a nível étnico como também cultural, esta mestiçagem sociocultural irá tornar-se numa imagem de marca da sociedade crioula, que desfrutou de um relativo progresso com o fim do sistema escravocrata (1860/1870) e com o primeiro “governo” de Cabo Verde formado na Boavista em 1842. Como já referido, a escrita e a literatura chegaram àquelas ilhas através dos colonos, e isso ajudou ao desabrochar da escolástica e da literatura cabo-verdiana, comprovando-se isso mesmo com a vaga de inaugurações de escolas e liceus: em 1848 é fundada a escola Funchal na ilha da Brava; em 1853 a Sociedade Esperança é inaugurada; de 1859 a 1861, iniciam-se as aulas no Liceu da Praia e em 1866, abrem os seminários do Liceu de S. Nicolau.
Segundo o professor Carvalho, com a educação erudita adquirida, a literatura poética, começa por ser a mais divulgada e “proclamada”, inicialmente, dando ênfase ao longo dos séculos XIX e XX à sobrevivência dos cabo-verdianos, à imigração dos filhos da terra para a Europa e América por razões laborais, monetárias e /ou educacionais- o poema «Emigrante», de Osvaldo Osório é um exemplo flagrante, deixando ver o preconceito por parte de naturais dos países receptores- , e a partir de 1961, focará o movimento anticolonial influenciado pela UPA em Angola; no entanto, predominam demandas amorosas nos textos poéticos cabo-verdianos como «Um cypreste», de Antónia Pusich; alguns poemas servem também como “contadores” da história cabo-verdiana, como «Prelúdio», de Jorge Barbosa que narra a história do descobrimento e colonização das ilhas,havendo outros de grande destaque como «Pró Pátria», de Paulo Cardoso, e «Poema de Amanhã», de António Nunes.
É dito pelo professor que o texto em prosa, também se vai impondo gradualmente no panorama literário do arquipélago com escritores como Germano de Almeida, autor de «O testamento do senhor Napumoceno»; e actualmente,o campo da literatura em Cabo Verde, encontra-se dotado de grandes exemplos e exemplares, sendo bastante curiosa a problemática da língua, uma vez que existem dois idiomas oficiais: o português e o crioulo, este último mais falado entre indivíduos fora “dos meios escolásticos”, sendo a língua de Camões (também falada coloquialmente) usada nas escolas e claro, na literatura- que faz em certos casos referências sumárias ao crioulo- mas ambas as línguas em conluio, constituem parte integrante da literatura cabo-verdiana, fazendo dela um marco no campo literário africano através da mágica poesia e prosa.

The changing on the society

Um mini-texto que traduzi do português para inglês, sobre a mudança no meio social


The changing on the society

The courses of development

Changing and development
Diversification and mutability of the centers of power and decision on the 20th century


When the 20th century begins, the unfair but stable world of the 19th century was coming to the end and all was about to change.
The 20th century was called the “extremes era”- contradictions, hopes, frustrations and unimaginable achievements. It was a century of amazing discovers: the moon and the bottom of the seas, new galaxies and the genes, the infinitivally big and the infinitivally small. From the assurances of scientism it passes to the recognition of the aleatory, the uncertain, the infinitivally complex.
On the whitens of the 21st century, we enter on the “ globalization era”- of the economy, of the knowledge, of the technology-, and also of the necessity of global management of the planet, only way of face global problems which it is facing.
The nowadays transformations occur on a dilacerate world by disparities between rich and poor states, on which the expansion of modern institutions provoke all kind of against-tendencies and influences, like the religious fundamentalism or reactive traditionalism forms.
On this new century, the world on which we evolve has abandoned lot of its stiffness and certainties.
The affronting of the ideologies has given the place to economical systems. The individual, formerly protected by security nets lifted up and financed by states, has to count more often with himself, for assure its professional and personnel security in the middle of micro economical structures that face each other on a growing competition. The cult of efficacy and rent ability tends to destroy any solidarity sense.
But not all the perspectives are calamitous. The world wideness creates richness and multiplies opportunities in the entire planet, and the diffusion of new communication means raises to a power of improvement of the education, formation and knowledge level of all people.
The major challenge is to shape the future as per a democratic conception, centered on the societies, that combines the solidarity affirmation with the recognition of the diversities.

O homem...

O homem, um ser único e característico que consegue adaptar-se a (quase) todos os ambientes e/ou situações, tem a capacidade de praticar boas acções, mas é também capaz das mais bárbaras atrocidades; o ser humano, animal complexo e imanente, alcançou os objectivos a que se propôs chegar à sua nascença como ser social, mas parece não ter ainda atingido os mais nobres fins- a fraternidade e a solidariedade absoluta tal como alertou Martin Luther King: «Aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a viver como irmãos», referindo-se ás enormes dificuldades de integração racial e social por parte dos negros nos EUA nos anos 60, facto que comprova a perseverante falta de vontade da humanidade em conviver e aceitar o seu semelhante e a desmotivação por parte desta em relação à equidade entre todos por causa de “diferenças” insignificantes.
Homem/humanidade- na sua faceta pessoal ou colectiva, o ser humano mostra grandes reticências em relação a diversos itens relacionados com o seu meio sociocultural, olha para as já referidas diferenças insignificantes, distorce-as e faz delas aquilo que muito claramente não são, o que provoca reacções que o mesmo ser humano tem tendência a criticar, caso dos dois atletas negros norte-americanos que ao receberem as respectivas medalhas de ouro e prata após uma prova nos Jogos Olímpicos da cidade do México em 1968, ergueram o punho direito (que estava calçado com uma luva preta) em sinal de protesto contra as ordens discriminatórias vigentes na sociedade americana, e em favor dos movimentos pelos direitos civis, sendo por isso posteriormente expulsos da aldeia olímpica; aqui se vê a complexidade que a contra-reacção em relação a certos factos negativos atinge perante determinados níveis.
Talvez fosse necessário haver uma revolução nos maneirismos das mentes dos intervenientes/responsáveis da sociedade actual, de modo a mudar tudo isto;
Mas essa revolução tem que partir do Homem para o Homem, pois só este poderá intervir na sua própria mentalidade de maneira a transformar algo.
A Humanidade (homem) precisa encontrar respostas para si mesma de modo a triunfar neste espaço sociocultural para assim contribuir para o seu próprio desenvolvimento e até sobrevivência a nível individual, colectivo e inclusivamente moral dado que só se conhecendo bem a si mesma, poderá atingir/alcançar o “desejado”.
As tais respostas estão “lá” só precisando os homens (humanidade) de olhar através do muro do preconceito e do egoísmo

Portugal, Hoje- O medo de existir. (excerto de trabalho)

Apresento o excerto de um trabalho que realizei na cadeira de cultura portuguesa contemporânea na FCSH-UNL, sobre o livro de José Gil: "Portugal, Hoje- O medo de existir", que traça um retrato muito pouco abonatório da sociedade portuguesa actual.


O livro Portugal, Hoje – O medo de existir de José Gil, trata dos principais problemas psicossociológicos da sociedade portuguesa contemporânea, e da responsabilidade das instituições políticas do passado na actual conjectura nacional.
Para melhor elaborar a recensão crítica, decidi dividir o livro em duas partes: Na primeira parte, (da página 7 á página 73), explica-se a negatividade do país e dá-se conta da falta de acontecimentos positivos para “impulsionar” os indivíduos; esta primeira parte inicia-se com o subgrupo- Como convém televiver; neste subgrupo, dá-se a entender a expressão «é a vida» do apresentador da RTP , expressão essa que se torna relativa no mundo da informação , pois, as notícias de raptos, violências etc., “misturam-se” com notícias felizes (ex. do nascimento do panda bebé na China), no caso das notícias de violência, é dada a tranquilidade da distância e não vale a pena preocuparmo-nos: O mau acontece lá longe- dando a minha opinião pessoal, posso afirmar que a expressão «é a vida»,proferida pelo apresentador televisivo, procura anestesiar-nos, fazer-nos enquanto membros da sociedade aceitar situações inconcebíveis com a justificação da distância física/geográfica.
Ao pensar de forma aprofundada nessa expressão, vê-se que é uma frase insensível insignificativa, inexistente do ponto de vista intelectual, pois basicamente diz-nos para não raciocinar- instalação daquilo a que o autor posteriormente denominará como sendo um nevoeiro branco que não deixa agir e ver a gravidade das situações; a simples frase «é a vida», torna-se assim o travão á acção das pessoas, como se conclui pelos seguintes excertos da obra:«É a vida (...) é uma frase vazia, despida de conteúdo (...) injunção formal, nada diz, senão limites e regras para não pensar»; «é a vida!... é esta mistura confusa de transcendência- imanência da nossa vida que provoca um nevoeiro no espírito»; estas curtas transcrições remetem para o estado de passividade em que nos encontramos; a comunicação social não é alheia a estes factos, dado que é a primeira a difundir a aceitação sem oposição e inconsciente representada pela expressão referida , pois depositando grande confiança nos órgãos de comunicação em especial a televisão, os indivíduos deixam-se influenciar seguindo cegamente tudo aquilo que é transmitido e assim é passada a ideia de inactividade e inoperatividade aos cidadãos. O “televiver”, a expressão «é a vida» e a consequente aceitação passiva estão assim inter-relacionados de forma a manter o nevoeiro na mentalidade social nacional e a contribuir para um certo stato quo.
Posteriormente, passa-se ao subgrupo de o país da não-inscrição; aqui, José Gil afirma que em Portugal nada acontece ou se inscreve, o povo português não tem vontade de se envolver no que quer que seja. A imobilidade impera. Após a leitura deste subgrupo, penso que o grande culpado desta falta de vontade generalizada de inscrição, foi a subjugação da sociedade portuguesa por parte do salazarismo- época em que apenas se enaltecia o ego patriótico. A não-inscrição, a irresponsabilidade inconsciente é assim um hábito entranhado pelo regime salazarista; a inscrição implica conceitos como acção, afirmação, decisão, com os quais o indivíduo encontra sentido para a sua existência, contudo, estes conceitos eram repudiados pela ditadura- a revolução do 25 de Abril, abriu a época de luta contra a não-inscrição; era urgente fazer o país ter desejo de se envolver em algo, inscrever-se, tomar decisões firmes, de forma “decidida”, mas, mais de 30 anos passados a situação continua inalterável:o salazarismo deixa ainda a sua marca- Portugal continua ainda embrenhado no eterno nevoeiro, sem vontade de “tomar rédeas” ou quaisquer posições; a nação está enterrada no branco psíquico; o povo português tem várias alterações de consciência que resulta da não-inscrição; José Gil dá o exemplo do condutor que pára no sinal vermelho e põe-se a pensar em outras coisas e «acorda» com o buzinar dos automóveis atrás dele após o sinal verde; este é um exemplo que explica como a sociedade nacional sofre as consequências da não-inscrição.
O próximo tema desta primeira parte é de grande importância, pois vai lançar as bases para entender a falta de atitudes por parte das entidades públicas para diminuir o tal nevoeiro/medo: trata-se do espaço não público- O autor refere que após o 25 de Abril ainda se ouve dizer que está tudo na mesma e que há uma realidade mal definida a que se acordou chamar «espaço público», ora antes de mais é necessário dar a noção de espaço público, e, dando a minha própria definição, posso afirmar que corresponde a um espaço constituído pela união dos órgãos de comunicação social através da realização de debates de vários tipos, com figuras públicas ou não, de forma a que os cidadãos possam ser devidamente informados e, entre si criar uma opinião comum de modo a contribuir para o melhoramento, liberdade e expressão de um determinado local.
O que hoje em dia se conhece como espaço público, nem sempre foi como actualmente: Durante o regime ditatorial de Salazar, este espaço foi amordaçado, desprezado, muito pressionado de forma negativa, condenado á clandestinidade e é ilegalidade, tendo mesmo desaparecido, muito por força dos órgãos de controlo(censura) do Estado, que levavam a cabo uma série de atentados contra as outras liberdades, encobertos «por fachada caricatural de liberdades públicas». Três décadas depois, o que resultou desta mutilação do espaço público? A completa descoordenação e, sobretudo o «natural» medo- observa-se que mesmo em tempo de liberdade, as pessoas ainda mostram um certo receio em exprimirem abertamente os seus pontos de vista, e revelam-se reticentes em trocar ideias publicamente sobre praticamente tudo: cultura, sociedade, e principalmente política- esta é uma das muitas sequelas do salazarismo e seus métodos de repressão(...)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Às vítimas de todas as catástrofes

Há que olhar em frente, curar o
Corpo e a mente principalmente...
Não esquecendo a horrível provação
A tremenda brutal submissão
A morte e o soturno por agora imperam

Olhar em frente, por cima dos cadáveres
Dos chocantes humanos cárceres,
Com força das orações e dádivas
Dos nossos corações tristemente maleáveis
De todos, dos tais...

Olhar em frente, com a corajosa esperança
No espírito
Com alegria saudosa no real mito, através
Talvez da tradicional dança
Assim o ser avança

Há que olhar em frente
Por cima dos escombros, da total destruição
Dos tombos, da fatal desumanização
Das inúmeras vítimas, nunca esquecidas,
Do local armagedão

Embora com tristeza e dor
Sem certeza, com temor...
Há que olhar em frente
Há que olhar em frente

Às vítimas do sismo no Haiti a 12/01/2010, e de todas as catástrofes naturais ou humanas que ocorreram no passado, ocorrem no presente e ocorrerão no futuro

Dieu etáit avec vous, mes fréres

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Confúcio

Comprei hoje o livro Os Ensinamentos de Confúcio, de Yu Dan. Transcrevo um curto interessante excerto desta obra sobre o grandioso filósofo chinês milenar: "Confúcio afirmou: «Estou a pensar abandonar o discurso.» Zigong respondeu apressadamente: «Se não falásseis o que poderíamos nós, teus discípulos, transmitir?» Confúcio disse calmamente e com sentido prático: «O que nos diz o céu? E no entanto, as quatro estações sucedem-se umas às outras e centenas de coisas ganham existência. O que tem o céu para nos dizer?»". Há que pensar nisto, não?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O meu 2pac

Exponho agora um texto que escrevi sobre o meu grande ídolo 2pac, exímio rapper, poeta, activista, falecido a 14 de Setembro de 1996, sete dias depois de ter sido baleado em Las Vegas. Foi e continua a ser o meu inspirador e por causa dele decidi dar largas à escrita poética e não só. Uma grande influência, sem dúvida. Tupac Shakur por Milton Rocha


É difícil encontrar algo que rivalize com a beleza de ver uma vida tão produtiva, e ao mesmo tempo tão precoce a atingir tamanho sucesso... é tão belo ver uma pessoa na flor da sua juventude tornar-se numa referência a nível mundial entregando-se ao trabalho de forma incrível, mostrando um magnífico potencial, ao mesmo tempo é muito triste saber que essa vida foi efémera e terminou de forma chocante levando consigo todo aquele potencial; estou, pois a referir-me ao falecido rapper Tupac Amaru Shakur.
Torna-se bastante complicado escolher as palavras e as frases “correctas” para prestar tributo a uma verdadeira lenda, sim, pois Lesane Parish Crooks (nome de nascença), também conhecido pelo nome de palco 2pac após a sua trágica morte, e ao longo dos anos á medida que se vão descobrindo mais materiais (músicas, videoclips fotos etc.) que nos dão a noção do ser espantoso que era ‘pac, tem vindo a assumir e com mérito esse estatuto, porque não são todos os intérpretes de um estilo musical visto por vastos sectores da sociedade global de forma bastante preconceituosa e estereotipada que têm o privilégio serem apontados por muitos como indivíduo que mudou o mundo. Observando e analisando de forma atenta os itens, dá-se conta do espírito intrépido e grandioso que transformou a nossa maneira de pensar e de ver o planeta, pois durante todas as suas provações: problemas com a justiça, prisões, tiroteios, discográficas de índole duvidosa, Tupac demonstrou ser um líder cuja moral teve altos e baixos, mas foi sempre corajoso, enfrentando todas aquelas e vastas outras adversidades.
2pac incutiu na sua vivência múltiplas influências sendo a mais marcante, a do Renascentista Nicolau de Maquiavel, influência essa muito “visível” até mesmo porque a sua alcunha era Makaveli, e no seu rap era notório o espectro filosófico deste controverso historiador e filósofo italiano do sec. XV.
Como já disse, não é fácil encontrar expressões capazes de descrever um ser humano inacreditável, capazes de representar um jovem prodígio que em apenas 25 anos de vida conseguiu atingir aquilo que outras pessoas demorariam uma vida inteira para atingir; um tipo que durante dias e noites seguidas, construiu um legado único para si
e para todos nós, um rapaz que enquanto outras pessoas apenas se dedicavam a futilidades, mantinha os olhos postos numa forma de mudar tudo o que conhecemos da maneira que ele mais sabia. Tupac, tal como a sua grande referência, Maquiavel era polémico, amado por uns, odiado por outros; assumia ter duas facetas dentro de si, a pacífica, e a guerreira; após a sua morte muitos diziam que ele a mereceu e que assim a
chamada black on black violence (violência de negros contra negros), iria diminuir, o que não aconteceu, ’pac era visto como um grande mal, como o responsável por tudo o que acontecia de mau, perante isto, o próprio deu a resposta acertada: «não fui eu que fiz este mundo, foi-me dado», por ser tão irreverente ganhou inimigos motivados, digo eu, pela inveja. Em vida tupac era considerado um alvo a abater- Sejamos sérios, ele não era nenhum santo, estava envolvido em factos pouco lícitos, mas era detentor de uma paixão pela vida, pelo positivo, de uma alma lutadora, de uma grande força, tanto exterior como interior, um “gajo” extraordinário que via constantemente demónios e que em vez de se esconder, combateu-os a todos. É por isso que considero tupac uma das maiores personalidades do século XX, muito mais do que um simples artista musical, um excelente hip hopper, um brilhante actor, um exímio poeta, um filósofo das ruas, um revolucionário de grande carácter e essencialmente um pensador da classe injustiçada, que recorreu á sua capacidade de reconhecimento de injustiças e á sua fascinante oratória para apontar tudo o que achava estar errado; os seus poemas, os seus filmes, os seus discursos, as suas intervenções públicas e, sobretudo e principalmente a sua música, focaram os aspectos da pobreza, do tráfico de drogas e da toxicodependência, do homicídio, do racismo, da desigualdade social, económica e racial, da prostituição, da gravidez adolescente e das consequências negativas que esta acarreta, da brutalidade policial, do adultério, da fé num futuro melhor para todos, das dificuldades em geral que os indivíduos encontram ao tentar atingir um determinado objectivo por causa da sua origem étnica e/ou cultural, da falta de preocupação da classe política para com os mais desfavorecidos, do desinteresse em relação ao progresso dos mais fracos por parte dos mais fortes, das guerras internacionais e em especial da violência nos guetos norte-americanos, e de tudo o que está ligado a ela: as suas causas, as suas origens, os meios que esta utiliza, as vidas que esta diariamente leva; violência que destrói tudo aquilo que conhecemos e admiramos e que acabou por ceifar a vida de um ser humano maravilhoso, ´pac, mas ao pôr os olhos na violência, verifica-se que 2pac não está apenas a apontá-la, pois ao dar a conhecer as suas bases, está automaticamente a dar “pistas” sobre como cada um de nós pode combatê-la e por fim vencê-la, sim, porque cabe-nos a nós por fim a essa fatalidade chamada violência usando aquilo que Makaveli nos ensinou.
Por estas e por várias outras razões, tupac é e sempre será um marco na história mundial, uma pessoa que viveu mais de 70 anos em apenas 25, acho portanto que vai ainda levar muito tempo até compreendermos por completo aquela pessoa magnífica; será moroso entender como é que um jovem com um inicio de vida tão conturbado e que desde cedo enfrentou tantas adversidades, se transformou num ícone global que tocou milhões e milhões de vidas, entender a “bofetada de luva branca” que foi o facto de um jovem negro que veio da “mó de baixo”, conseguir triunfar neste meio social preconceituoso e pejado de inveja e injustiça. Devo dizer que a 14 de Setembro de 1996, o mundo perdeu não só o melhor rapper de sempre, mas também um homem impressionante dotado de uma alma, de um espírito, e de uma energia positiva inigualáveis, um intelectual acessível a pessoas normais, um verdadeiro mito.
Podemos aprender imenso com a sua vida, com a sua morte e com o seu legado, aprendizagem essa que deve ser feita de forma individual recorrendo ao nosso interior mais profundo, pois pac olhou para o nosso coração e para o que está dentro de nós, sem distinção de raças, cores, credos religiosos ou estratos sociais, apelando ao nosso sentido de humanidade, temos pois que ver o que é que ele significou para nós de forma pessoal.
Dez anos passados sobre a sua morte não parecem ter arrefecido a influência exercida por tupac, pois tem tido mais sucesso desde que morreu do que em vida , e, ele continua a ser falado e a modelar a nossa consciência em vários pontos, muito por causa da sua mãe Afeni Shakur que está a efectuar um trabalho maravilhoso na continuação da obra do seu idolatrado filho, tão idolatrado, que existem vários fãs que acreditam que ele esteja vivo; mas estando ele vivo ou morto e havendo ainda muitas dúvidas sobre as circunstâncias que rodearam a sua morte (ou não), eu como fã faço votos para que ele esteja num lugar melhor onde se possa sentir livre e em paz, só isso.
Iniciando a conclusão a esta minha homenagem, não posso deixar de dizer porque a fiz: sou um fã incondicional, espero que daqui a 20, 30 anos existam fãs incondicionais dele, e que as gerações vindouras se recordem de tupac; de cada vez que o ouço parece que algo em mim se transforma; O meu som favorito do tupac é o Until the end of time, acho esta música espectacular, em português significa Até ao fim do tempo: Até ao fim de todos os tempos, tupac permanecerá único e eterno, constando no livro dos recordes do guiness como o artista hip hop mais bem sucedido de todos os tempos com cerca de 75 milhões de discos vendidos a nível mundial, e senti que era meu dever dar a conhecer um pouco melhor uma pessoa inacreditável e desmistificar conceitos errados. Face a este mundo, ele pura e simplesmente lutou com as armas que tinha.
Talvez eu pudesse escrever muitíssimo mais, mas não existem palavras suficientes para descrever e prestar tributo a este mítico personagem, restando apenas os sentimentos de todos os fãs para homenagear um herói.

Por nos mostrares que qualquer pessoa, independentemente da sua origem e estatuto social pode vencer na vida;

Por nos teres deixado um legado fascinante;

Por nos teres ensinado a ter esperança num amanhã melhor;

Por teres feito tanto em tão pouco tempo;

Por teres revolucionado o rap e a mentalidade do planeta em que vivemos...

Muito obrigado Tupac Amaru Shakur, o melhor M.C. que alguma vez existiu, espero que no lugar onde estejas agora possas ouvir e apreciar esta homenagem, estarás sempre presente no meu coração e no de todos que te adoram, porque as lendas vivem para sempre... Encontrar-nos-emos um dia... até lá descansa em paz.

TUPAC SHAKUR 1971-1996 R.I.P THUG ANGEL NÃO Á VIOLÊNCIA

“Se um homem não descobriu algo por qual irá morrer, ele não serve para viver”
Martin Luther King.

“Look around and all i see is snakes and faces, like scavengers waitin´to take a hustler´s pape´s, and when you stuck where the fuck is all your friends? They straight busted and can´t be trusted” 2pac.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Feliz 2010!!

Bom ano novo a todos! Que 2010 seja um ano criativo cheio de frutos criativos para vocês (e para o blogue em particular :D). Felicidades